Pensamentos Prensados

domingo, junho 26, 2016

Um conto sobre os contrastes do ano (de tantos tons humanos) - Semana #025


Linhas de pesar

Xingamentos xilofônicos:

São muitas coisas imutáveis dentro do coração descalibrado, que nunca mais cadenciou, amainou e descansou.

Mas, se as águas não passam, as mágoas nos descompassam, sendo gravadas ano a ano e deixando-se guardadas no âmago;

E, quando a vida se retém, novamente as linhas se retesam, separando os dias de qualquer espera, enlace ou pressa, movendo a esperança rente ao limbo.

Ninguém escapa da tristeza nem por um triz se ela é espaçada assim, maciça e sem fim, tão massacrante e definhante.

(As saudades saúdam e os remorsos remoem cada intenção perfeita, imperfeita, desfeita, refeita, cada palavra dita, não dita, bendita, maldita, cada ato feito, não feito, bem-feito, malfeito, cada momento definido, indefinido, finito, redefinido, infinito como nunca, perdido para sempre)

"A felicidade é um feito im-pres-cin-dí-vel", ela impregnava.

Um conto sobre os contrastes do ano (de tantos tons humanos) - Semana #024

Um conto sobre os contrastes do ano (de tantos tons humanos) - Semana #023

segunda-feira, junho 06, 2016

Um conto sobre os contrastes do ano (de tantos tons humanos) - Semana #022


Linhas de desistência

Por que ainda idolatramos esse modelo, essa ideia de recomeço, se ainda nos movemos com medo, sem parar de remoer o passado, de remar para saudar o rio acima?

Personagem ou pessoa, o ser não persiste na esperança depois de tantas semanas que acabam nas mesmas certezas:

Entre nós, agora só permanecem vazios – nostalgias em excesso, anotações sem conforto, distrações que vêm com desgosto, e esse desdém nos entalhes de cada rosto; nos enfrentamos com energias que mal existem, que não veem qualquer sentido em seguir em frente. O que se tem de bem para quem não se entende mais e também é incapaz de ir além?

Durante as madrugadas, dentro dos ruídos de rotinas dramatizadas e arruinadas,

Em cada centímetro, escorrem sentimentos escondidos.

(Depressões depreciadas)

"Aconteça o que nos acometer, não se obrigue a aceitar qualquer obra do acaso", ela aconselhava.