Pensamentos Prensados

segunda-feira, abril 28, 2014

Mesmos meses pontuais


Janeiro já ou jamais?
Fevereiro ferve em frente ― enfrente a fé

Março marchou e marcou...
Abril abranda as brasas abruptamente;
E maio maltrata os malogros / mais-que-perfeito

Junho nos jurou (justamente na junção)
Que o julgamento de julho seria jubiloso!

* Gotas de agosto brotam a contragosto
Sentenciando setembro ao "seu tempo"

Outrora outubro outorgou:
No vento de novembro, nos vemos e nos movemos
Ao desespero de sempre de dezembro.

sexta-feira, abril 25, 2014

Nossa flor e nosso cosmos (hai-kai)


Bilhões de estrelas
semearam essa flor:
serenidade

Brilhos de estrelas
nos moldaram em explosões
(somos expansão)







sábado, abril 19, 2014

Todas as vidas (crônica)


Quantas vidas passam por uma vida? Quantos detalhes saberemos de cada vida por meio de conversas, leituras, observações ou simples olhares?

Em cada vida, há um turbilhão: escolhas, lembranças, alegrias, melancolias, nostalgias, aprendizados, arrependimentos, sonhos, medos, desejos, questionamentos, conquistas, frustrações, esperanças.

Uma vida é um universo de estrelas gigantes, estrelas anãs e supernovas; de luzes que vêm do passado e de escuridões que engolem e transformam memórias; de planetas sem rumo, planetas inabitáveis, planetas pulsantes e satélites permanentes; de galáxias afastadas e em choque, em espirais que se movimentam ao som de uma valsa silenciosa; de telescópios e naves que almejam encontrar outras vidas.

Nossas vidas carregam tantas vidas e histórias, de aventuras da infância e comédias da adolescência e, depois disso, de romances e dramas, com aspirações, buscas, impasses, justificativas, pensamentos e quedas. Há vidas protegidas em categorias especiais e outras que se transformam em personagens casuais, divertidos, saudosos e quase perdidos no tempo.

Todas as vidas têm um peso, que flui, muda, retorna, fixa-se. Vazio e patético. Leve e sublime. Mediano e entendiante. Pesado e assustador. Insuportável e depressivo. Variável e conflituoso. Equilibrado e sensato. Desconhecido e amargo. Secreto e sensível. Eterno e admirável.

As vidas vão e vêm, voam e voltam, lançadas ao vento, guiadas por vontades, motivadas por verdades que não morrem. Vidas de vitórias, vexames, vinganças, vergonhas, visões e valores. As vidas vibram com vozes, com vocês, com você.

Para qualquer vida, uma única vida, em uma, única, última ou ucrônica dança, pode mudar tudo, seja na ausência, presença, perda, recordação. Essa única vida carrega uma música com a qual se tenta uma sintonia: às vezes, frágil e efêmera; às vezes, oscilante e misteriosa; às vezes, bonita e curta; às vezes, apaixonante e inesquecível; às vezes, linda e infinita.

Quantas vidas marcam uma vida? Quantas vidas marcam mais do que outras? Quantas vidas gostaríamos que marcassem, mas falhamos em atraí-las? Quantas vidas são mais marcantes por nos fazer vivos, bem vivos? Quantas mais poderiam ser assim, mas são difíceis por estarem orbitando em torno de outras vidas, presas a gravidades distantes e aparentemente inabaláveis?

Quais vidas achamos que nadam nas profundezas de lagos e queremos puxar para a superfície? Qual é a vida autêntica que desejamos conhecer e sentir por um instante ou para sempre?

quinta-feira, abril 10, 2014

Alfabeto aliterado


Aspirações ásperas
Buscas brutais

Canções caçadas
Depressões depreciadas

Expectativas expedidas
Frustrações frutíferas

Genes genocidas
Hinos hipnóticos

Impasses impraticáveis
Justificativas justapostas

Lapsos lapidados
Mãos mandadas

Nervos negociáveis
Olhares orbitais

Pensamentos prensados
Quedas queridas

Respirações restritas
Sonhos somáticos

Torpores tormentosos
Úlceras ucrônicas

Vozes voláteis
Xingamentos xilofônicos

Zelos zerados

terça-feira, abril 08, 2014

A. - parte I (personagem fictício)

terça-feira, abril 01, 2014

E. - parte I (personagem fictício)